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XANGÔ

Xangô (em iorubáṢàngó) ou, na BahiaBadé,[3] é o orixá da justiça, dos raios, do trovão e do fogo. Foi rei na cidade de Oió, identificado no jogo do merindilogum pelos odus obará e ejilaxeborá e representado material e imaterialmente no candomblé através do assentamento sagrado denominado ibá de XangôPierre Verger dá, como resultado de suas pesquisas, que Xangô, como todos os outros imolês (orixás e eborás), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.

Origem

Etimologia

“Xangô” é um termo procedente da língua iorubá.[3]

Casa de Umbanda
Escultura de Carybé em madeira no Museu Afro-Brasileiro, em Salvador, representando Oxum
Oloxum
Deusa das Águas Doces
Rainha das Águas Claras
Doce Mãe
Mamãe Oxum
Rainha da Nação Ijexá
Irmã
Iansã[1]
Cônjuges
XangôOxóssi e Ogum
Filho
Logunedé
instrumentos
adê (coroa), abebé (abano) Digi (espelho de mão), idà (espada), ofá (arco e flecha), seixos do rio e pulseiras[1]
Sincretismo
Nossa Senhora da Conceição, na Região Sul
Nossa Senhora Aparecida, na Região SudesteRegião Norte e Centro-Oeste
Nossa Senhora do CarmoNossa Senhora dos Prazeres e Nossa Senhora das Candeias, na Região Nordeste

África

Como personagem histórico, Xangô teria sido o quarto alafim de Oió (rei). Ficou órfão de mãe muito cedo, não chegou a conhecer sua mãe, Torossi. Antes dele assumir o trono, o seu pai já havia sido o primeiro Rei. Logo depois veio o seu irmão, Dadá Ajacá, porém seu reinado foi mal sucedido. Após isso, o tutor de Xangô foi quem assumiu o trono, se tornando o terceiro Rei. Porém ele era um governante muito impiedoso, ruim, não gostava de crianças, era injusto e tinha péssimos planos para Oió. Por fim, o povo implorava para que ele fosse destronado ou que largasse esse posto, foi aí que Xangô tomou o trono e se tornou o quarto Rei. Todos comemoravam e pulavam de alegria. Xangô foi um Rei justíssimo, de caráter ímpar, tinha ótimos projetos para a sociedade, era muito elogiado por todos os cidadãos e, apesar de ser muito sério e carrancudo, ele era um ser muito bondoso. Xangô teve várias divindades como esposas, as mais conhecidas são: OiáOxum e Obá.

Xangô é o orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de Xangô.

Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.

Xangô criador de Culto a egungum

Xangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itã:

Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iami-Ajé fizeram roupas iguais as de egungum, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos espíritos. As Iamis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de obi, e foi aí que as Iamis-Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiani filha de Xangô que ele mais adorava.Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orumilá, que lhe disse que Iami é quem havia matado sua filha, Xangô quis saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orumilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Icu (Oniborum), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orumilá. Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para si o controle absoluto dos mistérios dos egunguns (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorum. Xangô, Icu e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais.

Brasil

Xangô foi o quarto[2] rei lendário de Oió, na Nigéria, tornado orixá de caráter muito justo, violento e vingativo, cuja manifestação são o fogo, os raios, os trovões. Filho de Oraniã e Torossi, teve várias esposas, sendo as mais conhecidas: OiáOxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxêmachado de dois gumes.

Escultura em madeira: Orixá do Trovão da Nigéria. Obra executada por Lamidi Olonade Fakeye (1928–2009)

Orixá do fogo e dos trovões, Xangô foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de egungum. Muitos orixás possuem relação com os egunguns mas ele é o único que, verdadeiramente, exerce poder sobre os mortos, egungum. Xangô é a roupa da morte, Axó Icu: por este motivo, não deve faltar nos ebós de Icu e Egum, o vermelho lhe pertencendo. Ao se manifestar nos candomblés, não deve faltar, em sua vestimenta, uma espécie de saieta de tiras chamada banté, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos eguns.

Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido, e ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder, chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo. Filho de Iamacê (Torossi) e de Oraniã, foi o regente mais poderoso do povo iorubá. Ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais aprecia, o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representam a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (egungum). Da natureza, ele conseguiu profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma forte ligação com Oxumarê, considerado por ele como seu fiel escudeiro.

Xangô costuma ser sincretizado com São JerônimoSanta Bárbara e São Miguel Arcanjo.[3]

As Qualidades de Xangô

As qualidades de Xangô são estas:

Elementos do culto

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