MARINHEIROS

Getting your Trinity Audio player ready...

Marinheiro na Umbanda são uma linha de trabalho da Umbanda, formada por entidades geralmente associadas aos marujos, que em vida empreendiam viagens pelos mares, enfrentando toda sorte de infortúnios.[1] Trabalham na linha das águas, de Iemanjá, orixá que representa a mãe universal na Umbanda, a rainha dos mares.

Falanges

Entre as falanges de marinheiros estão:

  • Nuvem Azul
  • Aguá Maré
  • Maré Mansa
  • Sete Ondas
  • Sete Mares
  • Sete Maresias
  • Janaina da Praia
  • Zé do Leme
  • Sete raios
  • sete linhas
  • Espuma do Mar
  • Capitão do Mar
  • Martim Pescador

Mas e na Umbanda, quem são os marinheiros?

Os marinheiros se conceituam como uma linha de trabalho dentro da religião que se organiza dentro de um grau e traz consigo o universo e a espiritualidade do povo d’água.

Essa cultura de quem provém seu sustento, ofício, morada e toda a sua vida ligada à água, ao mar, aos rios e ao portos, configura o arquétipo dos marinheiros. Desses povos temos a compreensão de que do mar não se extraí apenas o alimento ou o sustento econômico, à eles desprende-se também uma relação espiritual e de vida – em todos os seus sentidos – com o ambiente marítimo e ribeirinho.

1. Quem foram os marinheiros?

Os espíritos dessa linha também caracterizada como Povo D’água, realmente foram em terra como nome mesmo já destaca pessoas relacionadas às águas, sejam elas doces ou salgadas. Em muitos casos, pescadores, jangadeiros, navegadores, piratas, oficiais e todos os povos litorâneos.

Quando começou-se a entender que na Linha dos Marinheiros não tinha só o marinheiro propriamente dito, mas sim, outros espíritos que tiveram uma profunda relação com a água, com as regiões aquáticas do país então começa a se falar de Povo D’Água – que não é sereia, não são seres meio peixe e meio gente. Povo D’Água é o termo começou a usar para ampliar o que é a Linha dos Marinheiros, para entender que há um grupo de espíritos que vem de uma espiritualidade de profunda relação com a água.

2. Por que parecem estar bêbados?

O magnetismo dos marinheiros é inteiramente ligado ao movimento do mar, sendo assim, quando incorporados tendem a desequilibrar o corpo físico do seus médiuns. Usam o termo ‘mareado’ para designar a forma como se locomovem, andando para frente e para trás.

Os Marinheiros explicam ainda que eles vivem numa dimensão espiritual aquática, como se fosse dentro do mar. É verdade, é fato então que os Marinheiros manifestam uma linha de trabalho potente alocada dentro mistério de mãe Iemanjá.

Por conta disso a imagem dos marinheiros muitas vezes é deturpada e interpretada de uma forma negativa, associando o andar desiquilibrado a embriaguez.
Contudo essas entidades gostam sim, de rum e bebidas fortes, fazendo-se necessária a atenção, bom senso e preparo do médium com a quantidade de bebida que está sendo ingerida por eles.
Os marinheiros utilizam do álcool e amidos que compõe essas bebidas para sustentar a queima de energia que a incorporação desses espíritos de natureza ‘densa’ provocam. Pai Rubens Saraceni explica isso no livro Arquétipos de Umbanda dizendo que os espíritos regidos por magnetismos densos como a terra, a água e o fogo necessitam da bebida alcoólica para que algumas das funções do organismo do médium não sejam paralisadas.
O uso dessas bebidas dá fluidez e volatilidade às vibrações dos espíritos, expandindo seus campos magnéticos e possibilitando-lhes a estabilização e o equilíbrio nas incorporações (..) Assim como o veneno de cobra é o antídoto contra picadas de cobras, com os marinheiros a ingestão de bebida alcoólica lhes dá estabilidade.

3. Como trabalham?

Seu campo de trabalho está focado no corte de demandas e descarrego de ambientes espirituais. Algumas referências citam o trabalho dos marinheiros na cura de algumas doenças também.

Pai Rodrigo explica isso dizendo que o mistério que envolve a água, ou seja, o campo de atuação de Mãe Iemanjá é em si a vida abundante e a purificação aquática. Lembramos a todos os leitores que já tiveram a oportunidade de mergulhar em um rio ou no mar e sentir a sensação que é fazer parte da água e perceber todos os seus músculos e sentidos sensoriais aguçados pelo movimento e pela experiência da água.

É essa limpeza e sensação de descarga que nossos marinheiros trazem para o ambiente espiritual, que nada mais é do que o reequilíbrio energético proveniente da onda vibratória de Mãe Iemanjá.

Salve a Marujada, Salve os Marinheiros, Maaaaré!
Odoyá Minha Mãe, Adociaba Iemanjá!
VEJA MAIS

POSTE RELACIONADOS

HISTÓRIA DA UMBANDA

HISTÓRIA DA UMBANDA

Umbanda é uma religião afro-brasileira que sintetiza o culto aos Orixás e aos demais elementos das religiões africanas, em especial Iorubá, com indígenas e cristãs, porém sem ser definida por eles.[2] Estruturada como religião no início do século XX em São Gonçalo, Rio de

ORIXÁS NA UMBANDA

ORIXÁS NA UMBANDA

Orixás são divindades da religião iorubá representados pela natureza. Dividem-se em dois grupos, os aborós (em iorubá: aborò) ou orixás masculinos, e as aiabás ou orixás femininas.[1] Foram enviados por Olodumarê para a criação do mundo e após

PRETOS VELHOS

PRETOS VELHOS

Preto velho ou Pretos-velhos são uma linha de trabalho de entidades de umbanda. São espíritos que se apresentam sob o arquétipo de idosos africanos[1] que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do

CABOCLOS

CABOCLOS

Caboclos são uma linha de trabalho de entidades de Umbanda, que se apresentam como indígenas. Incorporam também no candomblé de caboclo, de onde possivelmente são originários.[1][2] Caboclo Pena-Marrom História Os caboclos estão presentes na Umbanda desde a sua

ERÊS

ERÊS

Erês são uma linha de trabalho de entidades de Umbanda, que se apresentam como crianças . Incorporam também no candomblé e umbanda, de onde possivelmente são originários. Especialistas afirmam, que, em geral, o erê conhece todas as demandas

MARINHEIROS

MARINHEIROS

Marinheiro na Umbanda são uma linha de trabalho da Umbanda, formada por entidades geralmente associadas aos marujos, que em vida empreendiam viagens pelos mares, enfrentando toda sorte de infortúnios.[1] Trabalham na linha das águas, de Iemanjá, orixá que